domingo, 21 de setembro de 2008

James Ensor


James Ensor (Ostende, 13 de Abril de 1860 — 19 de Novembro de 1949) foi um pintor belga dos séculos XIX e XX. Era filho de James Frederic Ensor, um engenheiro de origem inglesa e de Maria Catherina Haegheman, de origem local modesta. Ensor foi ao longo de toda a sua vida um ser marginal e solitário e é dificil encontrar um outro artista do século XIX e XX cuja obra seja tão complexa, estranha e tão rica de interpretações. Ensor ficou particularmente famoso pelos seus desenhos e pinturas de máscaras e multidões que utilizou como crítica social. As suas obras estão espalhadas por museus e colecções particulares de toda a Europa. Ensor faleceu em 1949 após três semanas de agonia. Está sepultado em Mariakerk, no cemitério junto da igreja de Notre-Dame-des-Dunes.

Principais obras















James Ensor
Intrigue. 1911
Oil on canvas

H. 37 1/4 W. 44 1/2 in.










A Tribute to James Ensor by Raganaga, Razghul








Gwarancja-ZakończTeraz!
Zobacz warto









James Ensor. (Belgian, 1860-1949).










sábado, 13 de setembro de 2008

Cultura Emo



Emo: Abreveação do inglês “emocional”. É um gênero de música derivado do hardcore. Existem várias versões que tentam explicar a origem do termo “emo” no entanto, a versão mais aceita como real e a de que o nome foi publicado para escrever a nova geração de bandas “Hardcore emocional” que aparecia no meio dos anos 80. Nessa época outras bandas já estabelecidas como hardcore também aderiram a esta onda inicial do chamado emocore, diminuindo o andamento, escrevendo letras mais introspectivas e acrescentando influências do rock alternativo de então.
A palavra emo é vista como uma piada ou algo pejorativo ou até mesmo artificial. No
Brasil, o gênero se estabeleceu sobre forte influência norte-americana em meados de 2003, influenciando uma moda de adolescentes caracterizada não somente pela música, mas também pelo comportamento geralmente emotivo e tolerante e também pelo visual, que consiste em geral em trajes pretos, listrados e franjas caídas sobre os olhos.

Arte moderna


Arte Moderna é o termo genérico usado para designar a maior parte da produção artística do fim do século XIX até meados dos anos 1970 (embora não haja consenso sobre essas datas e alguns de seus traços distintivos), enquanto que a produção mais recente da arte é chamada freqüentemente de arte contemporânea (alguns preferem chamar de arte pós-moderna). A arte moderna se refere a uma nova abordagem da arte em um momento no qual não mais era importante que ela representasse literalmente um assunto ou objeto (através da pintura e da escultura) -- o advento da fotografia fez com que houvesse uma diminuição drástica na demanda por certos meios artísticos tradicionais, a pintura especialmente. Ao invés disso, e é aí que a idéia de moderno começa a tomar forma, os artistas passam a experimentar novas visões, através de idéias inéditas sobre a natureza, os materiais e as funções da arte, e com freqüência caminhando em direção à abstração. A noção de arte moderna está estreitamente relacionada com o modernismo. Durante as primeiras décadas, a arte moderna foi um fenómeno exclusivamente europeu. As primeiras sementes de idéias modernas na arte vieram dos artistas que trabalhavam no romântico e movimentos dos realistas. Em seguida, representantes do impressionismo e pós-impressionismo experimentaram começando com as maneiras novas de representar a luz e o espaço através da cor e da pintura. Nos anos pré-I Guerra Mundial do século XX, uma explosão criativa ocorreu com fauvismo, cubismo, expressionismo e futurismo. I Guerra Mundial trouxe um fim a esta fase, mas indicou o começo de um número de movimentos anti-arte, como dada e o trabalho de Marcel Duchamp, e do surrealismo. Também, os grupos de artistas como de Stijl e Bauhaus eram seminal no desenvolvimento de idéias novas sobre o interrelação das artes, da arquitetura, do projeto e da instrução da arte. Arte moderna foi introduzida na América durante a I Guerra Mundial quando um número de artistas de Montmartre e Montparnasse bairros de Paris, França fugiram da guerra. Francis Picabia (1879–1954), foi o responsável de trazer a Arte Moderna para a cidade de Nova York. Foi somente após a II Guerra Mundial, no entanto, que os EUA se transformaram no ponto focal de novos movimentos artísticos. As décadas de 1950 e 1960 viram emergir o expressionismo abstrato, pop art, op art e arte mínima. Entre 1960 e 1970, a arte da terra, a arte do desempenho, a arte conceitual e Fotorealismo emergiram. Em torno desse período, um número artistas e de arquitetos começaram a rejeitar a idéia de "o moderno" e criou tipicamente trabalhos pós-modernos. Partindo do período pós-guerra, poucos artistas usaram pintura como seu meio preliminar.

Escola de Bauhaus


A Staatliches Bauhaus (literalmente, casa estatal de construção, mais conhecida simplesmente por Bauhaus) foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de design do mund A escola foi fundada por Walter Gropius em Weimar no ano de 1919, a partir da reunião da Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas com a Kunstgewerberschule. A maior parte dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-oficina foi vendida durante a Segunda Guerra Mundial. A intenção primária era fazer da Bauhaus uma escola combinada de arquitetura, artesanato, e uma academia de artes, e isso acabou sendo a base de muitos conflitos internos e externos que se passaram ali.

Apesar de ter passado por diversas alterações em seu perfil de ensino à medida que a direção da escola evoluía, a Bauhaus, de uma forma geral, acreditava que os seus próprios métodos de ensino deveriam estar relacionados às suas propostas de mudanças nas artes e no design. Um dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes, artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque.

O Vorkurs - literalmente curso preparatório - era um curso exigido a todos os alunos e ministrado nos moldes do que é o moderno curso de Desenho Básico, fundamental em escolas de arquitectura por todo o mundo. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar suas criações.

~>Curiosidades

Atualmente a Bauhaus de Weimar mantém a sua liderança como uma das melhores universidades na Alemanha, leccionando sobretudo o ramo da arquitectura, mas estando também integrada num núcleo de outros pólos de ensino ligado às artes e de onde se destaca design, media, música, entre outros. O ensino da Bauhaus encontra-se intrínseco na própria forma de leccionar da escola actualmente, baseando-se muito na experimentação prática de ideias e na realização de seminários e workshops para confronto de conhecimentos. O edifício inicial projetado por Walter Gropius sofrera inúmeras modificações após a Segunda Guerra. Em 1994 inicia-se um processo de reforma visando restabelecer ao edifício sua condição original. O empreendimento foi promovido pela Fundação Bauhaus e coordenado pela arquiteta Monika Markgraf. Devido a inexistência do projeto original o trabalho foi árduo e concluído somente em 2007. Ainda hoje é o edifício principal do pólo da universidade, destacando-se o escritório de Walter Gropius, mantido inalterado.

Paul Klee


Paul klee foi um artista da essência. Suas pinturas, muitas delas de pequenas dimensões, parecem tímidas, mas, diante de uma olhar mais atento, revelam-se grandiosas em imagens e sensações.

Diz-se que ele pintava o que os olhos não enxergavam: por isso seus temas não podem ser vistos, apenas sentidos com a alma e com o coração. Atento às energias e às vibrações, ele buscava o mundo interior, aquele que estava além das aparências. Filho de músicos, Klee também era violinista. Da música emprestou à pintura o trabalhou puro com a composição e as formas, em que tema e interpretação jamais podem ser desmembrados.

No mundo contemporâneo, onde a exterioridade e superfície das coisas costumam ser exaustivamente exploradas, a obra de Klee releva a existência do artista sensível mais potente.

Paul klee sofreu com a perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial e com a desco
berta de uma doença degenerativa, mas trabalhou metódica e arduamente até o fim da sua vida.

Critica do texto "Experiência e Pobreza"

A felicidade não está no ouro mais sim no trabalho, assim diz Walter Benjamin em seu texto “Experiência e Pobreza” visando generalizar a parábola mencionada, que mostra um exemplo de experiência passada de pai para filho. Essa frase pode ser interpretada de tal maneira: em geral, trabalhamos pensando na tão desejada riqueza, porém não percebemos que o que realmente nos faz feliz é o caminho ao qual percorremos para chegar a essa riqueza e não ela especificamente. No decorrer do seu texto Walter Benjamin mostra que as experiências estão sendo perdidas, e que esse tipo de ensinamento já não é mais passado de geração em geração e isso gera na atualidade uma pobreza e superficialização da cultura no sentido com a qual as pessoas levam suas vidas, alienadas ao consumo, pois vivemos em uma sociedade voltada para a aparência. É como se estivéssemos em uma vitrine de vidro onde todos querem se expor em busca do padrão estabelecido pela sociedade , desta forma não nos mostramos como realmente somos. Esta pobreza mencionada no texto deu-se com a inovação tecnológica e junto à globalização gera uma unificação cultural, e assim, podemos concluir que está não é uma pobreza individual mais sim coletiva. No seu texto Benjamin também ressalta o lado positivo da perda de experiência, que seria a vontade de ir em busca daquilo que se deseja, a não se prender a um principio primitivo, não desistir do seu objetivo e ir em busca do recomeço. A nossa sociedade não se permite provar novas experiências a impedindo de “evoluir”. Evoluir no sentido de criar novas culturas baseando-se nas antigas, sem alterá-las, dando o primeiro passo para a diversificação cultural.

Experiência e pobreza

1933

Walter Benjamin

Em nossos livros de leitura havia a parábola de um velho que no momento da morte revela a seus filhos a existência de um tesouro enterrado em seus vinhedos. Os filhos cavam, mas não descobrem qualquer vestígio do tesouro. Com a chegada do outono, as vinhas produzem mais que qualquer outra na região. Só então compreenderam que o pai lhes havia transmitido uma certa experiência: a felicidade não está no ouro, mas no trabalho. Tais experiências nos foram transmitidas, de modo benevolente ou ameaçador, à medida que crescíamos: "Ele é muito jovem, em breve poderá compreender". Ou: "Um dia ainda compreenderá". Sabia-se exatamente o significado da experiência: ela sempre fora comunicada aos jovens. De forma concisa, com a autoridade da velhice, em provérbios; de forma prolixa, com a sua loquacidade, em histórias; muitas vezes como narrativas de países longínquos, diante da lareira, contadas a pais e netos. Que foi feito de tudo isso? Quem encontra ainda pessoas que saibam contar histórias como elas devem ser contadas? Que moribundos dizem hoje palavras tão duráveis que possam ser transmitidas como um anel, de geração em geração? Quem é ajudado, hoje, por um provérbio oportuno? Quem tentará, sequer, lidar com a juventude invocando sua experiência?

Não, está claro que as ações da experiência estão em baixa, e isso numa geração que entre 1914 e 1918 viveu uma das mais terríveis experiências da história. Talvez isso não seja tão estranho como parece. Na época, já se podia notar que os combatentes tinham voltado silenciosos do campo de batalha. Mais pobres em experiências comunicáveis, e não mais ricos. Os livros de guerra que inundaram o mercado literário nos dez anos seguintes não continham experiências transmissíveis de boca em boca. Não, o fenômeno não é estranho. Porque nunca houve experiências mais radicalmente desmoralizadas que a experiência estratégica pela guerra de trincheiras, a experiência econômica pela inflação, a experiência do corpo pela fome, a experiência moral pelos governantes. Uma geração que ainda fora à escola num bonde puxado por cavalos viu-se abandonada, sem teto, numa paisagem diferente em tudo, exceto nas nuvens, e em cujo centro, num campo de forças de correntes e explosões destruidoras, estava o frágil e minúsculo corpo humano.

Uma nova forma de miséria surgiu com esse monstruoso desenvolvimento da técnica, sobrepondo-se ao homem. A angustiante riqueza de idéias que se difundiu entre, ou melhor, sobre as pessoas, com a renovação da astrologia e da ioga, da Christian Science e da quiromancia, do vegetarismo e da gnose, da escolástica e do espiritualismo, é o reverso dessa miséria. Porque não é uma renovação autêntica que está em jogo, e sim uma galvanização. Pensemos nos esplêndidos quadros de Ensor, nos quais uma grande fantasmagoria enche as ruas das metrópoles: pequeno-burgueses com fantasias canavalescas, máscaras disformes brancas de farinha, coroas de folha de estanho, rodopiam imprevisivelmente ao longo das ruas. Esses quadros são talvez a cópia da Renascença terrível e caótica na qual tantos depositam suas esperanças. Aqui se revela, com toda clareza, que nossa pobreza de experiências é apenas uma parte da grande pobreza que recebeu novamente um rosto, nítido e preciso como o do mendigo medieval. Pois qual o valor de todo o nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais o vincula a nós? A horrível mixórdia de estilos e concepções do mundo do século passado mostrou-nos com tanta clareza aonde esses valores culturais podem nos conduzir, quando a experiência nos é subtraída, hipócrita ou sorrateiramente, que é hoje em dia uma prova de honradez confessar nossa pobreza. Sim, é preferível confessar que essa pobreza de experiência não é mais privada, mas de toda a humanidade. Surge assim uma nova barbárie.

Barbárie? Sim. Respondemos afirmativamente para introduzir um conceito novo e positivo de barbárie. Pois o que resulta para o bárbaro dessa pobreza de experiência? Ela o impele a partir para a frente, a começar de novo, a contentar-se com pouco, a construir com pouco, sem olhar nem para a direita nem para a esquerda. Entre os grandes criadores sempre existiram homens implacáveis que operaram a partir de uma tábula rasa. Queriam uma prancheta: foram construtores. A essa estirpe de construtores pertenceu Descartes, que baseou sua filosofia numa única certeza — penso, logo existo — e dela partiu. Também Einstein foi um construtor assim, que subitamente perdeu o interesse por todo o universo da física, exceto por um único problema — uma pequena discrepância entre as equações de Newton e as observações astronômicas. Os artistas tinham em mente essa mesma preocupação de começar do principio quando se inspiravam na matemática e reconstruíam o mundo, como os cubistas, a partir de formas estereométricas, ou quando, como Klee, se inspiravam nos engenheiros. Pois as figuras de Klee são por assim dizer desenhadas na prancheta, e, assim como num bom automóvel a própria carroceria obedece à necessidade interna do motor, a expressão fisionômica dessas figuras obedece ao que está dentro. Ao que está dentro, e não à interioridade: é por isso que elas são bárbaras.

Algumas das melhores cabeças já começaram a ajustar-se a essas coisas. Sua característica é uma desilusão radical com o século e ao mesmo tempo uma total fidelidade a esse século. Pouco importa se é o poeta Bert Brecht afirmando que o comunismo não é a repartição mais justa da riqueza, mas da pobreza, ou se é o precursor da moderna arquitetura, Adolf Loos, afirmando: "Só escrevo para pessoas dotadas de uma sensibilidade moderna.. Não escrevo para os nostálgicos da Renascença ou do Rococó". Tanto um pintor complexo como Paul Klee quanto um arquiteto programático como Loos rejeitam a imagem do homem tradicional, solene, nobre, adornado com todas as oferendas do passado, para dirigir-se ao contemporâneo nu, deitado como um recém-nascido nas fraldas sujas de nossa época. Ninguém o saudou tão alegre e risonhamente como Paul Scheerbart. Ele escreveu romances que de longe se parecem com os de Júlio Verne, mas ao contrário de Verne, que se limita a catapultar interminavelmente no espaço, nos veículos mais fantásticos, pequenos rentiers ingleses ou franceses, Scheerbart se interessa pela questão de como nossos telescópios, aviões e foguetes transformam os homens antigos em criaturas inteiramente novas, dignas de serem vistas e amadas. De resto, essas criaturas também falam uma língua inteiramente nova. Decisiva, nessa linguagem, é a dimensão arbitrária e construtiva, em contraste com a dimensão orgânica. É esse o aspecto inconfundível na linguagem dos homens de Scheerbart, ou melhor, da sua "gente"; pois tal linguagem recusa qualquer semelhança com o humano, princípio fundamental do humanismo. Mesmo em seus nomes próprios: os personagens do seu livro, intitulado Lesabéndio, segundo o nome do seu herói, chamam-se Peka, Labu, Sofanti e outros do mesmo gênero. Também os russos dão aos seus filhos nomes "desumanizados": são nomes como Outubro, aludindo à Revolução, ou Pjatiletka, aludindo ao Plano Qüinqüenal, ou Aviachim, aludindo a uma companhia de aviação. Nenhuma renovação técnica da língua, mas sua mobilização a serviço da luta ou do trabalho e, em todo caso, a serviço da transformação da realidade, e não da sua descrição.

Mas, para voltarmos a Scheerbart: ele atribui a maior importância à tarefa de hospedar sua "gente", e os co-cidadãos, modelados à sua imagem, em acomodações adequadas à sua condição social, em casas de vidro, ajustáveis e móveis, tais como as construídas, no meio tempo, por Loos e Le Corbusier. Não é por acaso que o vidro é um material tão duro e tão liso, no qual nada se fixa. É também um material frio e sóbrio. As coisas de vidro não têm nenhuma aura. O vidro é em geral o inimigo do mistério. E também o inimigo da propriedade. O grande romancista André Gide disse certa vez: cada coisa que possuo se torna opaca para mim. Será que homens como Scheerbart sonham com edifícios de vidro, porque professam uma nova pobreza? Mas uma comparação talvez seja aqui mais útil que qualquer teoria. Se entrarmos num quarto burguês dos anos oitenta, apesar de todo o "aconchego" que ele irradia, talvez a impressão mais forte que ele produz se exprima na frase: "Não tens nada a fazer aqui". Não temos nada a fazer ali porque não há nesse espaço um único ponto em que seu habitante não tivesse deixado seus vestígios. Esses vestígios são os bibelôs sobre as prateleiras, as franjas ao pé das poltronas, as cortinas transparentes atrás das janelas, o guarda-fogo diante da lareira. Uma bela frase de Brecht pode ajudar-nos a compreender o que está em jogo: "Apaguem os rastros!", diz o estribilho do primeiro poema da Cartilha para os citadinos. Essa atitude é a oposta da que é determinada pelo hábito, num salão burguês. Nele, o "interior" obriga o habitante a adquirir o máximo possível de hábitos, que se ajustam melhor a esse interior que a ele próprio. Isso pode ser compreendido por qualquer pessoa que se lembra ainda da indignação grotesca que acometia o ocupante desses espaços de pelúcia quando algum objeto da sua casa se quebrava. Mesmo seu modo de encolerizar-se — e essa emoção, que começa a extinguir-se, era manipulada com grande virtuosismo — era antes de mais nada a reação de um homem cujos "vestígios sobre a terra" estavam sendo abolidos. Tudo isso foi eliminado por Scheerbart com seu vidro e pelo Bauhaus com seu aço: eles criaram espaços em que é difícil deixar rastros. "Pelo que foi dito", explicou Scheerbart há vinte anos, "podemos falar de uma cultura de vidro. O novo ambiente de vidro mudará completamente os homens. Deve-se apenas esperar que a nova cultura de vidro não encontre muitos adversários."

Pobreza de experiência: não se deve imaginar que os homens aspirem a novas experiências. Não, eles aspiram a libertar-se de toda experiência, aspiram a um mundo em que possam ostentar tão pura e tão claramente sua pobreza externa e interna, que algo de decente possa resultar disso. Nem sempre eles são ignorantes ou inexperientes. Muitas vezes, podemos afirmar o oposto: eles "devoraram" tudo, a "cultura" e os "homens", e ficaram saciados e exaustos. "Vocês estão todos tão cansados — e tudo porque não concentraram todos os seus pensamentos num plano totalmente simples mas absolutamente grandioso." Ao cansaço segue-se o sonho, e não é raro que o sonho compense a tristeza e o desânimo do dia, realizando a existência inteiramente simples e absolutamente grandiosa que não pode ser realizada durante o dia, por falta de forças. A existência do camundongo Mickey é um desses sonhos do homem contemporâneo. É uma existência cheia de milagres, que não somente superam os milagres técnicos como zombam deles. Pois o mais extraordinário neles é que todos, sem qualquer improvisadamente, saem do corpo do camundongo Mickey, dos seus aliados e perseguidores, dos móveis mais cotidianos, das árvores, nuvens e lagos. A natureza e a técnica, o primitivismo e o conforto se unificam completamente, e aos olhos das pessoas, fatigadas com as complicações infinitas da vida diária e que vêem o objetivo da vida apenas como o mais remoto ponto de fuga numa interminável perspectiva de meios, surge uma existência que se basta a si mesma, em cada episódio, do modo mais simples e mais cômodo, e na qual um automóvel não pesa mais que um chapéu de palha, e uma fruta na árvore se arredonda como a gôndola de um balão.

Podemos agora tomar distância para avaliar o conjunto. Ficamos pobres. Abandonamos uma depois da outra todas as peças do patrimônio humano, tivemos que empenhá-las muitas vezes a um centésimo do seu valor para recebermos em troca a moeda miúda do "atual". A crise econômica está diante da porta, atrás dela está uma sombra, a próxima guerra. A tenacidade é hoje privilégio de um pequeno grupo dos poderosos, que sabe Deus não são mais humanos que os outros; na maioria bárbaros, mas não no bom sentido. Porém os outros precisam instalar-se, de novo e com poucos meios. São solidários dos homens que fizeram do novo uma coisa essencialmente sua, com lucidez e capacidade de renúncia. Em seus edifícios, quadros e narrativas a humanidade se prepara, se necessário, para sobreviver à cultura. E o que é mais importante: ela o faz rindo. Talvez esse riso tenha aqui e ali um som bárbaro. Perfeito. No meio tempo, possa o indivíduo dar um pouco de humanidade àquela massa, que um dia talvez retribua com juros e com os juros dos juros.

Analizando:

O que seria experiência e o que seria pobreza de acordo com o texto?


De acordo com o texto a pobreza seria a perda, a falta de experiência e cultura que foi passada pelas gerações antigas, e ela, a pobreza, está referindo-se a sociedade. No texto o autor aponta que a sociedade não busca novas experiências, estão em busca apenas de um mundo em que possa exibir sua pobreza externa e interna. E essa pobreza não é mais particular, mais de toda a humanidade. E essa escassez de experiência pode impelir as pessoas a ir pra frente, a começar de novo, a contentar-se como pouco, a construir com pouco, sem olhar nem para a direita nem para a esquerda, se tornando se certa forma positiva. Já o termo experiência refere-se aos conhecimentos adquiridos pelas gerações passadas. Que podem ser passadas seja de forma concisa ou direita, com a autoridade da velhice, em provérbios e de forma prolixa, longa, com a loquacidade, e histórias. As experiências podem ser tomadas com um exemplo de vivência. As pessoas com experiência são aquelas que viveram muito, que conhecem bem a vida. O autor limita o conceito de experiência a partir da constatação de sua perda. A queda da experiência provém da perda de uma tradição compartilhada por uma comunidade humana. A tradição se retorna e transforma, em cada geração, na continuidade de uma palavra passada de pai para filho.

c) Elabore um resumo de acordo com o que o professor pede:

Resumo:
Os homens não busca novas experiências, elas estão perdidas junto a uma tradição compartilhada por uma comunidade humana. A experiência que é passada de pai para filho, através dos ensinamentos, que podem ser transmitidos por provérbios ou por histórias, hoje não se vê mais. Não encontramos mais pessoas que são ajudadas por um provérbio ou que transmitem sua experiência para ajudar ou orientar as outras gerações. Isso gera empobrecimento e a superficialização da cultura no sentido com a qual as pessoas levam suas vidas, alienadas ao consumo.
Podemos comparar o caso das pessoas que voltaram da Primeira Guerra Mundial, mais pobre do que antes. Não só no sentido econômico, mas também no que diz respeito a escassez e perda de experiência.O pós guerra gerou uma alienação do consumo. E quando voltam, só trazem experiências ruins, e nem uma contável aos seus filhos. Com isso uma nova miséria juntou-se ao homem. A renovação de várias artes é o reverso dessa miséria, pois não é uma modificação verdadeira, mas um recobrimento.A desordem inicial do século passado é sintonia do declínio da experiência e o surgimento da barbárie positiva, enquanto nascimento, primeiramente, da interioridade, dos vestígios na vida privada do habitante cuja vida pública é insensível e num segundo momento, da cultura do vidro, que a tudo expõe cujo núcleo é destruição do mistério.
A sociedade vive hoje numa vitrine de vidro, e uma necessidade muito expressiva de se mostrar aos outros, parem não como você é, mais sim como é perfeito perante a sociedade. Hoje em dia a grande experiência dos adultos, que se traduz no conhecimento, é pobre de idéias e de variação, porque cancela o passado e paralisa o presente, gerando um sentimento destrutivo e aborrecedor. A sociedade não experimenta novas coisas, estão apenas em busca de mundo em que possa exibir a sua pobreza externa e interna. Depois de “devorarem toda a cultura” sentem-se saciados , exaustos. Mas ao “cansaço segue-se o sonho”, a possibilidade do novo, do caráter positivo, da situação de perda da experiência, que abre a perspectiva de recomeço, de reconstrução e de compromisso coma outra pratica de criação. Generalizando, nós ficamos pobres. Entregamos e abandonamos toda a nossa cultura para podermos nos adequar ao “atual”. Com a perseverança de um pequeno grupo de poderosos conseguimos resgatar o primitivo a diversificação cultura, criando novas culturas, sem alterar as que já existem. Porém o outro grupo, os “bárbaros”, não no bom sentido, terão que se adequar com o pouco e sobreviver a cultura. E no final talvez pagando pelos seus erros.

Walter Benjamin


Walter Benedix Schönflies Benjamin foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão.
Associado com a Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica, foi fortemente inspirado tanto por autores marxistas como Georg Lukács e Bertolt Brecht como pelo místico judaico Gershom Scholem. Conhecedor profundo da língua e cultura francesas, traduziu para Alemão importantes obras como Quadros Parisienses de Charles Baudelaire e À Procura do Tempo Perdido de Marcel Proust. O seu trabalho, combinando ideias aparentemente antagónicas do idealismo alemão, do materialismo dialéctico e do misticismo judaico, constitui um contributo original para a teoria estética. Entre as suas obras mais conhecidas contam-se A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936), Teses Sobre o Conceito de História (1940) e a monumental e inacabada Paris, Capital do século XIX, enquanto A Tarefa do Tradutor constitui referência incontornável dos estudos literários.
Walter Benjamin nasceu no seio de uma família judaica. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin, comerciantes de produtos franceses. Na adolescência Benjamin, perfilhando ideais socialistas, participou no Movimento da juventude livre Alemã, colaborando na revista do movimento. Nesta época nota-se uma nítida influência de Nietzsche em suas leituras.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

~>Gênero resumo escolar/academico

A princípio:
GÊNERO

Segundo a concepção de Bakhtin (1952/1992, p. 279), os gêneros são padrões relativamente estáveis de texto, do ponto de vista temático, composicional e estilístico, que se constituem historicamente pelo trabalho lingüístico dos sujeitos nas diferentes esferas da atividade humana, para cumprir determinadas finalidades em determinadas circunstâncias. As atividades e expectativas comuns, que definem necessidades e finalidades para o uso da linguagem, o círculo de interlocutores, que define hierarquias e padrões de relacionamento, a própria modalidade lingüística (oral ou escrita), ligada ao grau de proximidade e intimidade dos interlocutores, tudo isso acaba definindo formas típicas de organização temática, composicional e estilística dos enunciados.

Os gêneros se realizam empiricamente nas mais diferentes espécies de texto, orais ou escritas, que circulam em nosso uso cotidiano e são denominados de receita culinária, telefonema, carta, romance, manuais de instrução, bula de remédio, lista telefônica, notícias, dentre muitos outros. Para produzir qualquer um desses textos, o sujeito aciona, além de suas representações sobre a situação de ação linguagem, seus conhecimentos sobre os modelos portadores de valores de uso elaborados pelas sociedades anteriores, ou seja, os gêneros indexados disponíveis no intertexto. A tendência à inovação e mudança gera a necessidade de os gêneros serem apreendidos no dia-a-dia pelos membros de uma comunidade. Isso porque, tal como postulou Bakhtin (1952/1992) os gêneros são modelos comunicativos utilizados socialmente, que funcionam como uma espécie de padrão global que representa um conhecimento social localizado em situações concretas e que nos permitem identificar um texto individual como membro de uma classe mais

Gênero resumo escolar/ acadêmico

Diante de todas essas considerações, defino como resumo acadêmico um texto que explicita de forma clara uma compreensão global do texto lido, produzido por um aluno-leitor que tem a função demonstrar ao professor-avaliador que leu e compreendeu o texto pedido, apropriando-se globalmente do saber institucionalmente valorizado nele contido e das normas as quais o gênero está sujeito. Nessa esfera de circulação, a função do resumo acadêmico é ser um texto autônomo, que recupera de forma concisa o conteúdo do texto lido numa espécie de equivalência informativa que conserva ou não a organização do texto original.

Quanto à função, vemos que o resumo no contexto acadêmico serve tanto ao aluno, como eficiente instrumento de estudo dos inúmeros textos teóricos e científicos que tem que ler, quanto ao professor, como instrumento de avaliação que permite verificar a compreensão global do texto lido. Além disso, o resumo acadêmico pode ser considerado um gênero que proporciona ao aluno a inserção nas práticas acadêmicas.

OUTROS GÊNEROS QUE PODEMOS ENCONTRAR INFORMAÇÕES RESUMIDAS


~> Obstract
~> Resumo de filme
~> Resumo de livro
~> Crítica de filme
~> Resenha crítica de livro
~> Fichamento
~> Sumário

Revolução Industrual

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.

Ao longo do processo, a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) as etapas do processo produtivo.

Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquino fatura.

Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.

De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesa do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.

Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).





O Caminho da Vida O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.